Segurança digital: como se proteger em tempos de golpes e fraudes?


Os golpes e fraudes digitais estão se tornando cada vez mais comuns com o avanço da digitalização, tornando-se mais sofisticados e eficazes, causando prejuízos e dor de cabeça à população. Os golpistas empregam diversas táticas e estratégias para enganar e explorar as pessoas. Por isso, é fundamental estar sempre atento aos golpes em circulação e saber como se prevenir contra eles.


Reunimos aqui informações sobre como funcionam alguns dos golpes digitais mais comuns atualmente, além de dicas e orientações de prevenção. As informações são fornecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).


1- Golpe da falsa central de atendimento ou do 0800


Criminosos entram em contato com a vítima, alegando problemas com um banco ou empresa com a qual ela tem um relacionamento ativo. Eles fornecem um número 0800 falso e, quando a vítima liga, tentam obter dados pessoais, vantagens financeiras ou acesso ao celular. Em outra tática, os golpistas pedem que a vítima ligue para a central do banco, usando o número no verso do cartão, mas "prendem a linha" e se passam por funcionários legítimos para solicitar informações da conta e dos cartões.


COMO EVITAR: Desconfie sempre desse tipo de ligação. Nunca forneça informações pessoais. Bancos nunca pedem senhas ou números de cartão por telefone, nem solicitam transferências ou pagamentos. Em caso de dúvida, desligue e confirme a veracidade da ligação diretamente com a empresa, órgão ou instituição, usando os canais oficiais de atendimento. Uma dica importante é usar outro aparelho telefônico para entrar em contato, pois os criminosos podem "prender a linha" e se passar novamente por funcionários legítimos.


2- Golpe do WhatsApp falso


O criminoso usa a foto da vítima em um perfil de WhatsApp com um número desconhecido e envia mensagens aos seus contatos, tentando obter vantagens financeiras. Muitas vezes, o criminoso que se passa pela vítima inicia a conversa informando que trocou de telefone e que este é seu novo número.


COMO EVITAR: Recomenda-se ocultar a foto de perfil no WhatsApp para quem não é contato e tomar cuidado com as fotos postadas nas redes sociais, protegendo-as nas opções de privacidade. Informe os contatos mais próximos sobre esse tipo de golpe para que eles não sejam enganados. Outra dica é não adicionar um novo contato sem antes confirmar a sua identidade. Caso receba mensagens de parentes ou conhecidos pedindo dinheiro emprestado, confirme a identidade de quem está do outro lado por meio de uma ligação de voz ou vídeo ou, se possível, pessoalmente.


3- Golpe do roubo de WhatsApp


Golpistas tentam cadastrar o WhatsApp da vítima em seus próprios dispositivos. Para isso, precisam do código de segurança que o aplicativo envia por SMS ao ser instalado em um novo aparelho. Os criminosos entram em contato com a vítima, fingindo ser funcionários de empresas ou bancos, e solicitam o código, alegando que é necessário para atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com o código, eles conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular, obtendo acesso ao histórico de conversas e contatos. Em seguida, enviam mensagens aos contatos da vítima, pedindo dinheiro e alegando estar em uma situação de emergência.


COMO EVITAR: Proteja seu WhatsApp ativando a confirmação em duas etapas. Nas configurações do aplicativo, clique em “Conta”, depois em “Confirmação em duas etapas” e ative essa funcionalidade de segurança com uma senha. Nunca compartilhe o código de segurança com ninguém.


4- Golpe da troca de cartão


Golpistas que atuam como vendedores observam a senha digitada pelo cliente na maquininha de cartão e, na hora de devolver o cartão, fazem a troca por outro. Esse golpe também pode ocorrer com desconhecidos que se oferecem para ajudar no caixa eletrônico dos bancos.


COMO EVITAR: Após o pagamento, verifique o nome no cartão devolvido pelo vendedor. Sempre que possível, passe o cartão você mesmo na maquininha, em vez de entregá-lo a outra pessoa. Nos bancos, aceite ajuda apenas de funcionários uniformizados ao usar os caixas eletrônicos.


5- Golpe do falso motoboy


O cliente recebe uma ligação do golpista, que se passa por funcionário do banco e afirma que o cartão foi fraudado. O falso funcionário pede que o cliente corte o cartão, preservando o chip, e forneça a senha. Ele informa que um motoboy virá buscar o cartão na casa do cliente. Mesmo cortado, o cartão ainda pode ser usado para transações, pois o chip permanece intacto.


COMO EVITAR: Ao receber esse tipo de ligação, mantenha a calma e ligue imediatamente para o banco, de preferência usando um celular. Não entregue nada a ninguém. Os bancos nunca pedem o cartão de volta nem enviam portadores para buscá-lo.


6- Golpe do falso leilão


Golpistas criam sites de leilão falsos que oferecem produtos a preços muito abaixo do mercado. Eles solicitam dinheiro (transferência, Pix, etc.) para "assegurar" a compra, geralmente pressionando a vítima a fechar o negócio rapidamente para "não perder os descontos". As mercadorias nunca são entregues, e os fraudadores também podem roubar o CPF e informações bancárias das vítimas.


Como evitar: Certifique-se de que o site de leilões é verdadeiro. Pesquise a reputação da empresa de leilões em sites de reclamação e verifique o CNPJ do leiloeiro. Nunca faça transações financeiras em sites que não possuem o cadeado de segurança no navegador e certificados digitais para transações, e evite transferências para contas de pessoas físicas.


7- Golpe do link falso (phishing)


Fraudadores, conhecidos como engenheiros sociais, tentam obter senhas e dados pessoais dos usuários induzindo-os a clicar em links maliciosos enviados por e-mails, SMS, aplicativos de mensagens como WhatsApp ou redes sociais. Existem também páginas falsas na internet que enganam as pessoas para que revelem suas senhas e dados pessoais. Os casos mais comuns de phishing envolvem e-mails falsos que alegam ser de bancos e informam sobre um problema com a conta ou cartão. Esses e-mails podem pedir que a vítima instale imediatamente um suposto novo software de segurança do banco, que na verdade infecta o computador.


COMO EVITAR: Nunca clique em links recebidos por e-mail, SMS, WhatsApp, redes sociais, etc. Use sempre sites conhecidos, verificando na barra do navegador se o link está correto, preferindo digitar diretamente o endereço. Evite usar computadores públicos para compras online. Use um sistema operacional e antivírus originais, mantendo-os sempre atualizados. Nunca repasse códigos recebidos por SMS, QR Codes ou códigos gerados pela leitura de QR Codes a ninguém, seja por ligação ou mensagem.


8- Golpe da maquininha quebrada no delivery


Ao receber uma entrega, o cliente se depara com uma maquininha de cartão com o visor danificado ou oculto, impedindo a visualização do preço cobrado. O motoboy insere um valor muito superior ao do pedido, e a vítima só percebe o erro posteriormente. Quando a compra já foi paga pelo aplicativo, é comum que a vítima seja convencida de que ocorreu algum problema e que precisa pagar novamente, com um valor maior inserido na maquininha. Além disso, golpistas podem simular uma ligação de uma falsa central informando sobre problemas na cobrança e solicitando os dados da vítima.


COMO EVITAR: Não efetue pagamentos em maquininhas com o visor danificado e sempre verifique o valor cobrado. Peça ao entregador que digite o preço na sua frente e preste atenção se ele está apertando as teclas corretas. Prefira pagar diretamente pelo aplicativo de compra. Se já pagou, não aceite novas cobranças e desconfie de ligações solicitando seus dados.


9- Golpe do falso boleto


O emissor do boleto falso geralmente possui informações da vítima, e os boletos fraudulentos são muito semelhantes aos originais. Eles podem chegar como uma correspondência bancária falsa ou de uma loja, ou ainda no formato eletrônico, por meio de mensagens de SMS, WhatsApp ou e-mail que direcionam para páginas falsas para download de uma fatura forjada. Ao efetuar o pagamento, o valor vai para a conta do fraudador, enquanto o verdadeiro credor não entrega o produto ou continua a realizar cobranças.


COMO EVITAR: Preste atenção aos dados do beneficiário do boleto. Verifique sempre o CPF ou CNPJ do emissor, a data de vencimento e, principalmente, o valor, para garantir que está pagando o documento correto. Além disso, confirme se os três primeiros números do código de barras realmente correspondem ao código do banco.


10- Golpe do falso presente


Um falso entregador aparece na casa da vítima alegando que foi enviado um presente, mas que é necessário pagar uma taxa para recebê-lo. Embora o valor da taxa pareça baixo, o entregador pode inserir um valor muito maior na maquininha sem que a vítima perceba. O golpe também pode ocorrer pela internet, com solicitações de Pix para a taxa de entrega.


COMO EVITAR: Não aceite a encomenda sem antes descobrir quem é o remetente. Entre em contato com a pessoa para confirmar se realmente enviou algo. Se o entregador se recusar a fornecer informações, desconfie. Na internet, busque confirmar a credibilidade do lojista antes de efetuar qualquer pagamento.


11- Golpe do falso empréstimo


Golpistas anunciam na internet a oferta de crédito com condições extremamente atrativas, se passando por instituições financeiras. Ao preencher um cadastro, a vítima recebe um suposto contrato que inclui diversas multas para desencorajar a desistência. Para liberar o falso empréstimo, são solicitados pagamentos de taxas e impostos.


COMO EVITAR: Verifique se a instituição é autorizada pelo Banco Central. Desconfie de ofertas de empréstimo com condições muito vantajosas. Em operações de crédito legítimas, o cliente não precisa realizar pagamentos antecipados.


12- Golpe do acesso remoto ou mão fantasma


Golpistas entram em contato com a vítima, se passando por funcionários de um banco, e informam sobre movimentações suspeitas na conta, como clonagem ou invasão. Para "resolver" o problema, eles solicitam a instalação de um aplicativo, que, ao ser instalado, permite que o criminoso acesse todos os dados do celular.


COMO EVITAR: Desconfie ao receber esse tipo de ligação. Desligue e entre em contato com a instituição financeira por meio de um número oficial para verificar se há realmente alguma irregularidade na sua conta.


13- Sequestro da linha telefônica


Nesse golpe, o número de telefone da vítima é transferido para um chip controlado pelo criminoso, permitindo que ele receba chamadas e mensagens destinadas à vítima, incluindo códigos de autenticação de serviços bancários. O principal objetivo é realizar fraudes financeiras e acessar informações pessoais.


COMO EVITAR: O primeiro sinal de alerta é se o celular não conseguir fazer chamadas, enviar ou receber mensagens de texto, ou acessar a internet fora da rede Wi-Fi. Se perceber essas condições, comunique imediatamente a operadora através dos canais oficiais de atendimento. Segundo a Anatel, as operadoras possuem medidas de prevenção contra esses incidentes. Caso o problema seja confirmado, a recomendação é registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil do seu estado, visando proteção contra prejuízos e a geração de estatísticas para as autoridades.


14- Chamadas falsas (Spoofing)


Criminosos utilizam números falsos que se apresentam como sendo de empresas, bancos ou instituições conhecidas, para aplicar golpes.


COMO EVITAR: Desconfie de ligações que se identificam como de empresas ou órgãos, especialmente se solicitarem pagamentos, dados pessoais, senhas ou informações bancárias. Mesmo que o número pareça oficial, pode ser fraudulento. A Anatel recomenda nunca fornecer informações pessoais. Em caso de dúvida, desligue e verifique a veracidade da ligação diretamente com a empresa ou instituição por meio dos canais oficiais. Uma dica importante é usar outro telefone para contatá-los, pois os criminosos costumam “prender a linha” para se passar por funcionários legítimos.


15- Obtenção de dados de celular roubado


Criminosos podem acessar informações pessoais e profissionais, senhas, aplicativos e contas de vítimas a partir de aparelhos roubados.


COMO EVITAR: A Anatel recomenda manter o celular protegido contra acessos indevidos, utilizando uma senha forte para desbloqueio, realizando backups de informações importantes e ativando a opção de localização do aparelho. Evite anotar senhas no celular de forma desprotegida.


16- Furto de contas de redes sociais e aplicativos


Criminosos conseguem obter informações de login da vítima, assumindo o controle de suas contas para realizar transações e contatos em seu nome.


COMO EVITAR: As principais recomendações incluem: criar senhas fortes e exclusivas para cada conta, ativar a verificação em duas etapas sempre que possível e nunca compartilhar senhas ou informações de login, mesmo que a solicitação venha de alguém que se apresente como funcionário de uma empresa ou instituição. Além disso, fique atento a mensagens estranhas, solicitações de amizade suspeitas nas redes sociais e quaisquer alterações nos seus dados pessoais.


17- Golpe de engenharia social


Criminosos se fazem passar por funcionários de órgãos públicos ou de empresas conhecidas para obter dados pessoais ou financeiros da vítima.


COMO EVITAR: A principal recomendação é nunca compartilhar informações pessoais ou bancárias com estranhos, seja por mensagem ou telefone. Em caso de dúvida, desligue e verifique a veracidade da ligação diretamente com a empresa ou instituição por meio dos canais oficiais de atendimento. Uma dica importante é utilizar outro aparelho telefônico para contatá-los, já que os criminosos frequentemente “prendem a linha” para se passarem por funcionários legítimos.


✓ Outras dicas sobre como evitar golpes e manter a segurança:


Desconfie sempre de contatos feitos por meio de aplicativos como WhatsApp, ligações, e-mails, redes sociais e mensagens de texto, independentemente do assunto. Nunca forneça informações pessoais ou realize pagamentos. Evite clicar em links recebidos, mesmo que pareçam vir de pessoas conhecidas.


Em chamadas, mesmo que reconheça o número como sendo de uma empresa ou órgão oficial, mantenha a cautela. Criminosos podem utilizar softwares para mascarar o número de telefone, fazendo com que apareçam como números legítimos.


Evite instalar arquivos ou aplicativos baseados em instruções de desconhecidos, seja através de links suspeitos, sites ou lojas de aplicativos. Não conceda acesso ao seu celular a terceiros, nem compartilhe senhas ou códigos de verificação.


Lembre-se de que órgãos públicos e empresas possuem canais de atendimento oficiais para qualquer tipo de solicitação.


Ao receber contatos suspeitos, procure sempre os canais oficiais da instituição ou visite-a pessoalmente. Se o contato for por ligação, uma dica importante é desligar e usar outro aparelho para entrar em contato com a empresa, pois criminosos podem "prender a linha" para se passar por funcionários legítimos.


Além disso, monitore sua conta corrente regularmente, verificando as operações realizadas. Isso ajudará a detectar rapidamente gastos indevidos e a evitar golpes que alegam falsamente que sua conta apresenta movimentações suspeitas.


Mantenha seu celular sempre atualizado e protegido contra acessos indevidos, utilizando uma senha forte para desbloqueio, fazendo backups de informações importantes, ativando a localização do aparelho e instalando um antivírus. Nunca deixe senhas e informações sensíveis expostas em mensagens ou aplicativos como blocos de notas e WhatsApp.


Utilize sempre os recursos de segurança oferecidos pelos aplicativos, especialmente os de bancos, para a confirmação de transações, como a autenticação de dupla checagem.


Troque suas senhas de sites, aplicativos e bancos com frequência. Evite usar a mesma senha em diferentes plataformas, pois isso pode facilitar a ação de criminosos.


Portanto, a proteção das suas informações pessoais e financeiras é essencial em um mundo digital cada vez mais ameaçado por fraudes e golpes. Ao adotar práticas de segurança, você reduz significativamente os riscos de se tornar uma vítima. Esteja sempre alerta e confiante nas medidas de proteção que você implementa, pois a prevenção é a melhor forma de garantir sua segurança online.


Fonte: Estadão



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