De acordo com levantamento, o modelo de negócios já é utilizado por cerca de 100 marcas e ajuda a lançar mil produtos por ano.
Segundo dados da Sondagem Industrial do Observatório da Indústria, a taxa de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve na média, com 75% dos empresários industriais informando que ela esteve igual ou acima do usual para o mês de julho e a utilização média da capacidade total de produção encerrou o mês em 73%. O índice é um indicador econômico que mede o quanto da capacidade total de produção de uma indústria está sendo efetivamente utilizada. Um dos fatores que está ajudando a indústria a diminuir a sua ociosidade é a utilização de projetos de comanufatura, que consistem em um modelo no qual diferentes empresas utilizam a mesma infraestrutura produtiva para fabricar seus produtos.
Entre os principais benefícios está a diminuição dos custos operacionais. Segundo dados da plataforma, os mais de 200 projetos de comanufatura já realizados em parceria com a GrowinCo ajudaram as empresas a economizar cerca de 47 milhões de dólares, cerca de 1,4 milhão de dólares por projeto.
Para Raphael Traticoski, CEO da GrowinCo, plataforma de comanufatura para a indústria de bens de consumo rápido, ao compartilhar plantas industriais, maquinário e mão de obra, as empresas conseguem maximizar o uso de recursos, diluindo custos e tornando as operações mais ágeis e competitivas. “Além de otimizar o uso de ativos já existentes, a comanufatura permite que as empresas respondam com mais rapidez às variações de demanda, sem a necessidade de grandes investimentos em novas fábricas ou equipamentos, resultando em uma produção mais equilibrada”, comenta.
De acordo com dados da GrowinCo, empresas do setor de bens de consumo rápido, como alimentos, bebidas e itens de higiene pessoal que adotaram o modelo têm conseguido reduzir significativamente a ociosidade, pois operam com maior eficiência e flexibilidade. “Em média, os projetos registraram uma redução de 40% no tempo de lançamento de novos produtos, pensando em uma grande empresa que demorava 18 meses para lançar um produto, agora o faz em 10 meses”, complementa Traticoski. Além disso, cerca de mil produtos por ano são lançados por 100 marcas que utilizam projetos de comanufatura.
Em sua base de dados, que contempla mais de 17.000 indústrias, e conta com 30% das maiores empresas do setor de bens de consumo rápido, os setores que mais utilizam a comanufatura são: Baked Goods (produtos assados) como pães, bolos, biscoitos, tortas e outros itens assados; Beverages (bebidas) que abrange uma vasta gama de bebidas, como refrigerantes, sucos, cafés, chás, energéticos, bebidas alcoólicas e não alcoólicas; e Confectionery (doces) que refere-se a doces, chocolates, balas, gomas de mascar e outros produtos açucarados.
Benefícios econômicos e sustentáveis
Entre os principais benefícios está a diminuição dos custos operacionais. Segundo dados da plataforma, os mais de 200 projetos de comanufatura já realizados em parceria com a GrowinCo ajudaram as empresas a economizar cerca de 47 milhões de dólares, cerca de 1,4 milhão de dólares por projeto.
Para Raphael, isso se dá porque, ao dividir os custos de manutenção e operação de uma planta, o modelo permite que as companhias aumentem suas margens de lucro e mantenham preços mais competitivos no mercado. “Além disso, a utilização eficiente da capacidade instalada também minimiza o desperdício de materiais e reduz a pegada de carbono das operações industriais”, comenta.
Oportunidade para diversos setores
Esse modelo tem sido utilizado em setores como alimentos e bebidas, cosméticos e produtos de limpeza, onde a flexibilidade de produção é essencial para acompanhar as rápidas mudanças no mercado. Empresas de todos os tamanhos têm se beneficiado da comanufatura, desde grandes corporações como a Danone, Natura, Mondelez e Coca-Cola, que buscam otimizar suas operações, até pequenas e médias empresas que encontram uma maneira econômica de expandir sua produção.
Para Raphael, com um cenário promissor pela frente, a comanufatura tem potencial para revolucionar o setor industrial no Brasil e internacionalmente. “Este modelo se apresenta como uma solução prática e sustentável para os problemas que afetam diretamente o desempenho industrial nacional, com impactos que podem ser sentidos em toda a cadeia produtiva”, finaliza.