O banco não pode disponibilizar ou aumentar o limite do cheque especial sem autorização do cliente;


A facilidade de acesso ao crédito pode esconder riscos consideráveis. Segundo dados da pesquisa sobre “Meios de pagamento e uso de crédito”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, 76% dos consumidores receberam o cheque especial automaticamente do banco, e 47% desses aceitaram a oferta. Esse cenário expõe o consumidor a um uso impulsivo e necessário dessa linha de crédito, que possui juros extremamente elevados.

Essa prática pode induzir o consumidor a aceitar ofertas sem compreender integralmente os riscos envolvidos. Segundo Merula Borges, especialista em finanças da CNDL, não é permito que a instituição financeira faça esse tipo de movimentação. “O banco não pode disponibilizar ou aumentar o limite do cheque especial sem autorização do cliente, e hoje existe um teto para a taxa de juros cobrada sobre esse tipo de crédito”, alerta.

Ela ainda ressalta sobre as consequências do crédito sem propósito definido. “Aceitar crédito sem um propósito definido aumenta as chances de usá-lo desnecessariamente, levando ao pagamento de juros elevados”, destaca Merula. Essa abordagem, aliada à facilidade de acesso, gera um ambiente propício ao endividamento, já que o crédito se torna quase invisível no extrato bancário.

Evite armadilhas bancárias

É fundamental que o consumidor leia atentamente as letras miúdas dos contratos e questione todas as dúvidas. Caso identifique que o cheque especial foi disponibilizado sem sua solicitação, recomendamos ao registrador uma consulta nos canais do Banco Central ou no Procon local. A conscientização é essencial para evitar o uso desnecessário dessa modalidade.

Assim como a especialista da CNDL informou, para evitar armadilhas do cheque especial, o consumidor precisa estar bem informado e atento às práticas bancárias. Conhecer seus direitos e optar por alternativas de crédito com juros mais baixos são atitudes que podem prevenir o endividamento e promover uma gestão financeira mais consciente.